terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Engenho Caxito

Por James Davidson



O Engenho Caxito é mais um dos muitos antigos engenhos de açúcar de Jaboatão dos Guararapes que ainda conservam alguns dos edifícios típicos (casa-grande, capela, fábrica ou senzala). Situado em Jaboatão Centro, próximo ao limite com o município de Moreno, o engenho é pouco conhecido da maioria dos jaboatonenses, apesar de ser um local bastante interessante.


O Engenho Caxito foi fundado no início do século XIX, no ano de 1827, tendo sido desmembrado do Engenho Bulhões. Seu primeiro proprietário foi Gervásio Pires, possuidor de ambos engenhos citados e que destacou-se por ter sido presidente da Província de Pernambuco. Posteriormente, o engenho passou para as mãos de diversos proprietários. Em 1857 ainda estava em posse da família Pires Ferreira, descendentes de Gervásio Pires, e o engenho funcionava com 45 escravos.



Em 1860 e em 1868, o engenho ainda estava de posse da família Pires Ferreira quando foi arrendado nesses anos a Manoel Xavier Carneiro da Cunha e a Francisco Cavalcante de Souza Leão, respectivamente. Em 1894, o engenho não mais pertencia a essa família, pois em escritura de arrendamento datada de 09/06/1894 o engenho pertencia aos herdeiros de D.Maria Catharina Leonor e foi arrendado a Francisco Camim de Albuquerque.



O Engenho Caxito fica situado às margens do Riacho Carnijó, afluente do Jaboatão, e por isso sua fábrica era movida pela água desse mesmo riacho. Ainda existe no local as ruínas do arqueduto que conduzia a água da represa à fábrica do engenho e, no final deste, o fosso onde ficava a roda d'água que movia a moenda.




O Engenho Caxito também possui umas pequenas cachoeiras no Riacho Carnijó onde existem as ruínas de uma antiga represa. O local é mais um interessante e desconhecido ponto histórico municipal.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Ribeira do Jaboatão

Por James Davidson


És mais antigo que pensam

E conhecido dos indígenas

Nasces lá no alto

Em terras tão distantes

Formaste uma cidade

Rica e tradicional

Ninguém vê ou acredita

No valor que há em ti

Tuas águas tão barrentas

Não escondem a vida ali.



Das Laranjeiras às Jangadas

Seja ao norte seja ao sul

Um mistério tão profundo

Mais profunda é a distância

Das terras percorridas

E o solo então banhado

Floresce e dá vida

Mas o homem que é ingrato

Te mata e te degrada

Causando grande estrago.



O Goiabeira, o Mussaíba

O Manassú, o Duas Unas

O Palmeiras, o Suassuna

O Muribeca e o Pirapama

Completam tua bacia

Tão rica e oprimida

Por detritos industriais

Que matam e desgraçam

Trazendo grandes danos

Ambientais e sociais.




E o lixão da Muribeca

Com chorume envenenado

Os esgotos não tratados

Dejetos contaminados

Transmitindo verminoses

Por todas tuas margens

Teu leito assoreado

Pela má ocupação

E o lixo despejado

Que causa inundação.



Assim é o Jaboatão

Tão sofrido e oprimido

Tão feio e tão bonito

Mas sem comparação

Persiste e sobrevive

Seguindo o seu caminho

É forte e é guerreiro

Sempre olha para frente

Pois quem vive em suas margens

Não esquece suas enchentes!

Suassuna (Poema)

 Por James Davidson Suassuna, Rio de águas cristalinas Corre pro Jaboatão, desce da Macambira Seu nome de memórias ancestrais Presença judai...