quinta-feira, 19 de junho de 2008

Mais sobre o Engenho São Bartolomeu

Por James Davidson





O Engenho São Bartolomeu fica situado próximo ao Bairro de Comportas, no 1° Distrito de Jaboatão, conforme já informamos na 1° postagem. Conforme solicitado e prometido, irei trazer mais informações sobre o Engenho São Bartolomeu nesta postagem.



O Engenho São Bartolomeu pertenceu ao judeu Fernão do Vale e ao seu irmão Filipe do Vale, como já mencionado, durante a invasão holandesa, ou seja, inicio do século XVII. Posteriormente, pertenceu ao Sr Inácio de Barros, em 1761.




Entre 1852 e 1870, o Engenho pertenceu ao coronel Agostinho Bezerra da Silva Cavalcanti e sua esposa D. Rita de Cássia de Souza Leão, esta criadora do Bolo São Bartolomeu (um tipo de bolo Souza Leão). Já em 1881, o proprietário era José Caetano de Albuqueque e no ano seguinte pertencia a Thomas de Carvalho Soares Brandão Sobrinho a aos filhos do proprietário anterior. No ano de 1908, era proprietário o Sr Casimiro de Jesus Lapa que vendeu o engenho a Augusto de Almeida Castro.



O Sr Augusto de Almeida Castro passou o engenho para o seu filho Hermano de Castro que plantou na localidade muitas mudas de diversas plantas, inclusive as acerolas, por ser biólogo da UFRPE. A escola Augusto de Castro foi construída em 1974, num terreno doado por ele e a escola leva o nome de seu pai. Dois anos depois, o Engenho São Bartolomeu foi adquirido por José Miguel Neto que , junto com seus filhos, é o atual proprietário do engenho.



Nas terras do Engenho São Bartolomeu, banhadas pelo Rio Jaboatão, encontra-se os únicos resquícios da Formação Cabo em Jaboatão dos Guararapes. Esta formacão consiste num grupo de rochas sedimentares de idade cretácea formada por conglomerados de diversos tamanhos. Destaca-se a presenca de matacões de rochas vulcânicas formando a matriz da rocha sedimentar.



Em parte da senzala funciona, atualmente, uma congregacão da Igreja Assembléia de Deus e o engenho fica a poucos metros da escola Augusto de Castro. Mas o mais interessante é que o tradicional Bolo São Bartolomeu surgiu em nosso município, no Engenho São Bartolomeu, e deveria ser reconhecido e tombado como patrimônio jaboatonense! Mas, quase ninguém conhece, infelizmente, a cultura de nosso Jaboatão!

terça-feira, 17 de junho de 2008

Serra da Macambira

Por James Davidson



A Serra da Macambira é um local pouco conhecido da maioria dos jaboatonenses. Situada entre os engenhos Macujé e Caraúna, nos limites entre Jaboatão e Moreno, é composta por três montes e se destaca por ser o ponto mais alto do município. Serve como marco divisório das duas cidades e é vista de vários lugares da região.




A Serra da Macambira possui 255 metros de altitude, em seu ponto mais alto, o que a coloca como sendo o pico culminante do município de Jaboatão dos Guararapes. É facilmente distinguível na paisagem circundante devido a essa altitude que é relativamente grande, se comparada com seus arredores que mal atingem os 100 metros. Isso é explicado pelo fato da Macambira ser uma intrusão ígnea de idade brasiliana, enclavada em meio a rochas metamórficas. Como estas últimas são mais frágeis, a erosão diferencial atua preservando as rochas mais resistentes e desnudando as mais frágeis. Assim, por ser mais resistente, a Serra da Macambira prevalece ante as elevações vizinhas que são apenas pequenas colinas de pouco mais de 100 metros.



O nome Macambira refere-se a uma espécie de bromélia. De fato, como estas preferem ambientes rochosos, existem algumas na região, mas não foi possivel diagnosticar a espécie exata. Segundo os registros encontradas, havia uma gruta onde seria possível entrar 20 pessoas e um homem montado num cavalo. Seria na verdade uma furna. Porém, esta foi dinamitada para atender o desejo egoísta das pedreiras que atuam na zona rural do município. Um verdadeiro crime contra a natreza!



Do alto da Macambira, é possível avistar boa parte da RMR. É possível avistar terras pertencentes a Olinda, Recife, Jaboatão, Cabo, Moreno, Vitória de Santo Antão e São Lourenço da Mata. Percebe-se os canaviais abundantes na região, resquícios de Mata Atlântica, a Reserva Florestal de Gurjaú, o Vale do Rio Gurjaú, engenhos de cana-de-açúcar, a sede da cidade de Moreno, entre outras coisas. Lá, o vento não cessa e a visão é muito bela! Há ainda um pequeno marco do IBGE no local mais alto, embaixo das torres de alta tensão da CHESF.



Suassuna (Poema)

 Por James Davidson Suassuna, Rio de águas cristalinas Corre pro Jaboatão, desce da Macambira Seu nome de memórias ancestrais Presença judai...