terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Engenhos de Jaboatão dos Guararapes

Por James Davidson



Estudar os engenhos de Jaboatão dos Guararapes não é uma tarefa fácil. Além das dificuldades de distância e tempo para ir aos locais, há ainda as dificuldades em termos de referências bibliográficas. Contudo, faz quatro anos que venho pesquisando sobre o assunto e acredito que já reuni um material suficiente não para concluí-lo, mas para pelo menos dar um pontapé inicial no tema.



Os engenhos de Jaboatão podem ser clasificados sobre o ponte de vista geográfico (localização), histórico-temporal (de acordo com a idade ou surgimento), arquitetônico (tipologia dos edifícios) e arqueológico (de acordo com os resquícios e evidências remanescentes). Pretendo utilizar os critérios temporal e geográfico por serem os mais simples para esta postagem. Também considero "engenhos de Jaboatão" somente aqueles cuja sedes estavam ou estão situadas dentro do atual território municipal, ou seja, cerca de 45 engenhos.



Sob o critério temporal os engenhos mais antigos, ou seja, anteriores ao período da invasão holandesa, são os seguintes, divididos em duas freguesias:

Freguesia de Santo Amaro de Jaboatão: Santana, N.S da Guia (atual Velho), Bulhões (antigo S.João Batista), Camassari, Suassuna, Palmeiras (Mangaré), Carnijó, N.S.da Conceição(atual Catende), N.S. da Apresentação (Moreno), Gurjaú-de-cima e Gurjaú-de-Baixo. (Os cinco últimos pertencem hoje à Moreno)

Freguesia da Muribeca: Santo André, Novo, Guararapes, São Bartolomeu, Penanduba, Secupema, Muribeca (Muribequinha), Megaype de Baixo, Megaype de Cima (Algibeira) e Santo Estevão (às vezes incluído na Freguesia do Cabo).



Todos os outros engenhos de Jaboatão e Moreno surgiram através de desmembramentos desses engenhos mais antigos ou, através de doações de sesmarias das terras remanescentes. Todos esses engenhos estavam à margem de algum rio, mostrando que a configuração da drenagem foi um fator primordial no processo de colonização e ocupação das terras. Somando-se os novos aos antigos engenhos citados temos os seguintes engenhos em Jaboatão:

Cananduba - situado no extremo noroeste do município, conserva casa-grande não-original.
Goiabeira - às margens da Br 232, próximo à Represa de Duas Unas.
Camassary - as margens do Duas Unas, atualmente submerso pela barragem de mesmo nome.
Manassu - no bairro de mesmo nome, conserva casa-grande e capela.
Mussaíba - atual fazenda Mussaíba, conserva ainda sua casa-grande.
Cova de Onça - situado no extremo norte do município, mantém uma modesta casa-grande.
Santo Amarinho - Ficava onde hoje está o bairro do Curado 2 e foi desmembrado do Engenho São Francisco.
Cumbe - Ficava no bairro do Curado, onde atualmente é o condomínio Sapucaia.
Jangadinha - Onde funcionou a antiga FEBEM, no Centro de Cavaleiro.
Cavalheiro - deu origem ao bairro homônimo, sua sede ficava próximo à Praça do Banco do Brasil.
Santana - às margens do Rio Jaboatão em Dois Carneiros, mantém capela e casa-grande conjugadas.
Socorro - atualmente corresponde ao 14° Batalhão no bairro homônimo.
Entre Rios - Ficava onde hoje é a Reserva de Mussaíba, pertencente ao quartel de Socorro.
Velho - antes N.S. da Guia, deu origem ao bairro homônimo
Bulhões - antigo São João  Batista que deu origem à Jaboatão. É atual Usina Bulhões.
Corveta ou Coveta - fica após a Usina Bulhões, mantém ainda a casa-grande.
Caxito - às margens do Riacho Carnijó, próximo à entrada de Moreno, conserva casa-grande e aquedutos da antiga fábrica.
Macujé -às margens do riacho Suassuna, mantém casa-grande, bueiro e ruínas da fábrica.
Pedra Lavrada - Entre Macujé e Secupema, contém casa-grande não-original.
Palmeiras ou Mangaré - às margens do riacho homônimo, próximo à Colônia dos Padres, contém aquedutos, capela e senzala originais.
Suassuna - atual Usina Jaboatão (abandonada), conserva a mais antiga casa-grande de engenho do município, datada de 1790.
Santo André - Ficava às margens do riacho Suassuna, próximo às pedreiras do Lote 21 em Vila Piedade. Existem apenas as ruínas.
Águas Belas - Provavelmente ficava onde hoje é o bairro de Dois Carneiros Alto, próximo ao Santana.
Guarany - Próximo à Lagoa Azul na confluência do Riacho Suassuna com o Rio Jaboatão.
Recreio - perto da Usina Muribeca, atualmente bairro de Muribeca Integração.
Conceição - próximo ao Engenho Recreio e desmembrado do Engenho Novo.
Novo - próximo ao extinto lixão da Muribeca, às margens do Rio Jaboatão, conserva a antiga casa-grande onde morou o Dr. Morais e Silva.
Guararapes - próximo ao Conjunto Muribeca, atrás da Wal Mart, no local conhecido como "areeiro".
São Bartolomeu - próximo a Comportas e da Br 101 sul, sua casa-grande foi destruída em 2010.
Comportas - desmembrado do São Bartolomeu, no bairro de mesmo nome.
Megaype de Baixo - Próximo ao posto Rodoviário da Br 101 sul e da Pedreira Guarany, dele só restam as ruínas.
Megaype de Cima - Próximo a Megaype de Baixo no caminho que vai dar em Muribeca. Conserva a casa-grande e ruínas da capela.
Santo Estevão - no limite com o Cabo, às margens da Br 101 sul, próximo de Ponte dos Carvalhos.
Caongo - antigo São José da Minas, próximo a Santo Estêvão. Possui casa-grande não original.
Salgadinho - próximo à reserva ecológica de mesmo nome, se quer possui as ruínas.
Capelinha - próximo à Vila dos Palmares, às margens do Riacho Salgadinho.
Muribequinha - próximo ao encontro do Riacho Salgadinho com o cachoeira do Pilão em Vila dos Palmares
São Joaquim - Entre o Suassuna e o Muribequinha, conserva a casa-grande remodelada.
Penanduba - às margens do riacho Cachoeira do Pilão, mantém casa-grande e fábrica em ruínas.
Secupeminha - Entre Pedra Lavrada e São Salvador, ás margens do arroio homônimo.
São Salvador - Situado nos limites como o Cabo, as margens do riacho e açude homônimos.
Rico - Entre Barbalho e São Salvador, mantém vila de moradores mas não a casa-grande.
Barbalho - Entre São Salvador e Salgadinho.



Uma observação: Como Moreno fazia parte de Jaboatão até 1928, as referências anteriores a essa data colocam os engenhos morenenses como pertencendo a Jaboatão. São esses os engenhos que hoje pertencem a Moreno, mas que já fizeram parte de Jaboatão:

Bom Dia, Catende, Morenos, Carnijó, Xixaim, Timbó, Pereiras, Pintos, Jaboatão, Jussara, Bela Vista, Capim-assu, Estiva, Quiaombo, Coqueiros, Pocinho, Una, Sapucaia (Primavera), São José do Pacoval, Pitimbú, Fortaleza, Cabra Velha (atual Usina N.S. Auxiliadora), Serraria, Tapera, Queimadas(marcava o limite com Vitória), Camarão, Várzea do Una, São Braz, Canzanza, Caraúna, Jardim, Mato-grosso, Viagens, Gurjaú-de-cima, Gurjaú-de-baixo, Floresta, Javunda, Brejo, Cumarú, Novo da Conceição, Contra-açude, Paris, Furnas, Buscaú, Laranjeiras e Seva.

8 comentários:

Anônimo disse...

James,estou pesquisando lugares que tenham histórias de amores para realizar um projeto,olha,estou meio q louca de tanto q pesquisei e não consigo encontrar nada parecido aqui no brasil.Pois vc já deve ter lido sobre a fonte dos amores em Portugal, e é algo semelhante que eu preciso encontrar.Se entrar em contato comigo eu te explico sobre o projeto .Atualmente moro em Moreno e tb quero lhe dar os parabéns pelo blog dedicado a minha cidade,tb já reside em Jaboatão e tal como vc sinto saudades da antiga cascata.Por favor entra em contato preciso muito de sua ajuda.Bjus

Anônimo disse...

Ops, eu disse que estou ficando louca com este projeto.Olha meu email é-> paula_isvi@hotmail.com

Anônimo disse...

Gostaria de informar que a localização do Engenho Cavalheiro era atrás do Mercado público onde fica hoje o Banco do Brasil. Esse engenho foi vendido e transformado numa Olaria que existiu até o começo do ano de l960. Depois demolido dando lugar a uma praça.

Jônatas Lins Duarte disse...

Caramba meu velho tu tem muita informações, mas quais são tuas fontes, pois para mim que faço história tenho que ter, pois gostaria muito de trabalhar a cidade em que moro, principalmente o bairro e sem essas fontes, não tenho como usar essas informações. Ai se tu puder me manda ai jonataseahistoria@yahoo.com.br, valeu mesmo.

Jônatas Lins

Jônatas Lins Duarte disse...

Caramba meu velho tu tem muita informações, mas quais são tuas fontes, pois para mim que faço história tenho que ter, pois gostaria muito de trabalhar a cidade em que moro, principalmente o bairro e sem essas fontes, não tenho como usar essas informações. Ai se tu puder me manda ai jonataseahistoria@yahoo.com.br, valeu mesmo.

Jônatas Lins

Anônimo disse...

POR FAVOR,SE ALGUÉM TIVER ALGO SOBRE AS ESTRADAS DE FERRO CANAVIEIRAS(OU PARTICULARES)MANDE ALGUM MAPA,FOTO,OU OUTRAS COISAS SOBRE ISTO,POIS SEGUNDO FONTES,FUNCIONOU ATÉ O COMEÇO DA DÉCADA DE 70.
DE MARCÃO NA VILA RICA.
marcos.barboza@hotmail.com

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Boa noite. Por gentileza, procuro fatos e documentos do engenho cova de onça, que segundo jornais de Pernambuco de 1924 a 1931 constavam da relação de engenho de açúcar de propriedade de Francisco José de Pinho Borges, supostamente meu bisavô. Tal pesquisa tem como fundamento a identificação da arvore genealógica da família. pois as certidões de nascimento e casamento da minha vó o identificavam como pai. (não sei a data de nascimento dele, sei que faleceu em 1928, conforme informações anotadas na certidão de nascimento de minha vó, que peguei no oficial de registro civil de Jaboatão dos guararapes. Como o arquivos antigos sobre nascimentos e falecimentos foram distribuídos em cartórios estou pesquisando, mas demora muito cada resposta, pois sou de Guarujá-SP. Qualquer informação ajudaria. desde já agradeço. robertobell@uol.com.br