sábado, 13 de abril de 2019

Bairro de Socorro - Jaboatão

Por James Davidson



As terras do atual bairro de Socorro faziam parte do antigo Engenho N.s do Socorro, levantado em terras desmembradas do antigo Engenho Velho, em meados do século XVIII. A primeira referência para a propriedade vem de um requerimento datado de 2 de junho de 1779, quando o seu proprietário, João Fernandes Rodrigues Queirós, solicita ao rei a demarcação e o tombamento de seu Engenho Nossa Senhora do Socorro, em Jaboatão.


Em meados do século XIX, o Engenho Socorro pertencia a Francisco de Paula Buarque. O Engenho Socorro era movido a animais, possuindo 31 escravos e produzindo 50 cargas de aguardente, 1000 canadas e 300 pães de açúcar. Possuía ainda uma ermida em ruínas, dedicada a Nossa Senhora do Socorro.


Em 1870, o Engenho estava sob a posse de Ignácio Cabral Cantanil. Na última década do Século XIX, quando o engenho pertencia a Joaquim Xavier Carneiro de Lacerda, ocorreu uma tentativa de transformar o Engenho Socorro num Engenho Central. No contrato celebrado em 1888, os proprietários de vários engenhos vizinhos se comprometiam em moer suas canas na propriedade. Por motivos ignorados pelas fontes, o empreendimento não chegou a ser efetivado.


 Com a construção da Estrada de Ferro Central de Pernambuco, a ferrovia atravessou as terras da propriedade, facilitando seu povoamento. No início do século XX, o governo constrói junto a sede do Engenho Socorro, a Escola de Agronomia de Pernambuco. Inaugurada pelo governador Herculano  Bandeira, em 7 de abril de 1911, funcionou até 1920, quando foi então transferida para São Bento do Tapacurá.


O Engenho já estava dividido em várias propriedades quando sua última proprietária, Josefa Carneiro Leão, vende o núcleo da propriedade para o Exército Brasileiro, em 1933. Surge assim o 29° Batalhão de Caçadores, atual 14° Batalhão de Infantaria Motorizada, que reaproveita as antigas edificações do engenho, como a casa-grande, para sediar o quartel. Até hoje existe a casa-grande do Engenho Socorro, modificada para sediar o comando do Quartel.


Poucos anos depois, na época do General Manoel Rabelo, são construídas casas para os militares. Surge a Vila Militar Floriano Peixoto, construída em meados da década de 1930, bem como a Escola Benjamim Constant, destinada a atender os filhos dos militares. Também são construídas na mesma época a Praça com o coreto, administrada pelo Exército, o Cine Floriano, dedicado a exibição de filmes para os militares e a Igreja do Perpétuo Socorro. Em 1935 é inaugurada a Estação Floriano Peixoto, na Estrada de Ferro Central de Pernambuco, para atender aos moradores locais. Hoje a antiga estação jaz em ruínas, ao lado da atual do metrô.


Além do quartel, na década de 1930, é criado no local o Convento Casa das Irmãs de Socorro - fundado em 1932. Em 1958 é fundado numa colina próxima à Estação o Colégio Normal da Vila Medalha Milagrosa, administrado inicialmente pelas irmãs, posteriormente repassado a prefeitura municipal. No ano de 2010 é demolido o prédio do Colégio Medalha Milagrosa, que por muitas décadas ensinou a várias gerações da comunidade local.

Além da escola, o convento fez construir, no cimo de um alto morro próximo, um monumento dedicado a Nossa Senhora das Graças. Sua inauguração ocorreu em 27 de novembro de 1950, com uma procissão vinda do Recife. Fazem parte ainda do bairro diversas comunidades, cuja história precisa ser melhor pesquisada, tais como a Vila Piedade, Quitandinha, Alto Santa Rosa, Alto dos índios, Retiro, etc.

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